sábado, 22 de maio de 2010

A Compostagem





"Na Natureza nada se perde... tudo se transforma"


Lavoisier



O QUE É A COMPOSTAGEM?

A compostagem é um processo que transforma a matéria orgânica do lixo em adubo. Todo o processo acontece em etapas, nas quais a temperatura, a humidade, fungos, aranhas, minhocas, bactérias, besouros e formigas, decompõem as fibras vegetais e animais. As substâncias orgânicas transformam-se em substâncias mais simples e, depois, em substâncias minerais que podem ser utilizadas pelas plantas.

OBJECTIVO

Para além de proteger o ambiente por produzir menos lixo orgânico, fazer compostagem ainda permite obter um produto de grande valor – o composto – que se pode colocar em vasos e canteiros pois é um óptimo fertilizante natural.







UMA FORMA DE EVITAR A POLUIÇÃO

A compostagem doméstica permite ao cidadão proceder à valorização dos seus resíduos orgânicos, em casa ou no quintal. A compostagem promove a decomposição de resíduos domésticos orgânicos por acção de microrganismos, evitando custos ambientais (poluição) e económicos (transporte e deposição desses resíduos num aterro).

Quem pratica a compostagem tem muito menos lixo para despejar no contentor.


CURIOSIDADE:

A minha família (4 pessoas), fazendo uma alimentação tradicional, produz uma média de 700 a 800 kg de resíduos orgânicos provenientes da alimentação, por ano. A esta quantidade acrescentam-se os resíduos resultantes da limpeza do jardim (ramos, folhas secas, ervas daninhas, etc...). Já imaginaram a quantidade de vezes que evitamos ir "despejar o lixo"?. Com tudo isto ainda obtemos o composto que utilizamos em vasos e canteiros. Não usamos fertilizantes nem adubos, e as plantas estão sempre bem verdinhas.


COMO FAZER
A forma ideal de fazer compostagem doméstica é utilizando um pequeno espaço no quintal, mas quem vive em apartamentos também a pode fazer. Já há em Portugal algumas Câmaras Municipais que disponibilizam equipamentos (compostores) e até que os colocam nas ruas para que as pessoas aí possam depositar os restos vegetais que se produzem na confecção das suas refeições.



O QUE COMPOSTAR

Muitas pessoas não sabem que o lixo orgânico também pode – e deve – ser transformado. Ao apodrecerem dentro de sacos plásticos, cascas, talos, restos de frutas e verduras, geram gás metano (CH4), 21 vezes mais prejudicial para a camada de ozono do que o dióxido de carbono (CO2). Se for correctamente compostado, todo esse material pode ser transformado num bom adubo natural para jardins e floreiras.



COMO SE FAZ A COMPOSTAGEM


Em casas com quintal:

Num canto do seu quintal, faça um buraco quadrado com as dimensões entre 1 a 1,5 metro de lado e com 30 a 50 centrímetros de profundidade. Após isso, cerque o espaço com uma cerca de madeira ou de outro material. A terra retirada do buraco será usada para adicionar mais tarde, em camadas, ao composto.


Coloque nesse espaço os restos de legumes e verduras, cascas de frutas, borras de café, cascas de ovos, ervas arrancadas do jardim, restos da poda das árvores, relva, etc…


Não colocar alimentos cozinhados nem dejectos de animais pois atraem roedores e provocam mau cheiro.

Por cada camada de detritos que colocar, espalhe por cima alguma da terra que retirou. Isto ajuda a acelerar o processo de compostagem.
Os seres vivos que participarão na transformação dos materiais depositados, serão naturalmente atraídos para esse espaço pela presença de alimento.
Periodicamente, revire o composto para o arejar.



Nota:O espaço da compostagem pode ser um simples contentor de lixo (ver imagem) ao qual se tenha cortado o fundo e enterrado cerca de 20 cm num canto do seu quintal. Se optar por esta forma, deve adicionar água com alguma frequência para que o composto não seque.




Em apartamentos ou casas sem quintal:

O primeiro passo é arranjar um recipiente de plástico ou de outro material em que o fundo tenha alguns furos de modo a permitir a entrada de oxigénio e para não deixar acumular líquidos no nosso composto. Se verificar demasiada acumulação de líquidos, devemos corrigir isso com terra seca. O segundo passo é, justamente, cobrir o fundo do recipiente com a terra seca. Essa terra permite absorver a humidade produzida pela matéria orgânica, o que nos leva ao terceiro passo: formar uma camada por cima da terra, composta por cascas de alimentos, folhas, caules ou restos de legumes, cortando-os em bocados para que demorem menos tempo a decompor. Não se devem colocar alimentos cozidos nem de origem animal, pois isso dificulta a decomposição e provoca cheiros que atraem animais, por exemplo, as moscas. Por cima desta camada devemos colocar algum estrume como fonte de microrganismos. Depois fazemos uma nova camada de terra. Por último, espalha-se um pouco de borra de café com o objectivo de evitar o mau cheiro e de afastar os insectos. Se possível, adicione alguma minhocas.


E pronto, agora só resta fechar a caixa e a cada três dias, remexer o composto. Ao final de mais ou menos dois meses, obtemos uma terra óptima, completamente adubada e repleta de nutrientes.



Como saber se o composto está pronto

O tempo de decomposição/maturação, depende da temperatura, da humidade, da quantidade e do tipo de material a ser compostado. Se o material em processo de compostagem estiver nas condições ideais pelos parâmetros anteriormente mencionados, especialmente a humidade, a temperatura é um bom indicador do fim do processo. Quando a temperatura se estabilizar de acordo com a temperatura ambiente, isso será um indicativo de que o processo está concluído. O composto, quando pronto, tem as partículas soltas, cor escura, cheiro de terra e quando o esfregamos nas mãos elas não se sujam. Normalmente, o composto obtido por meio de compostagem doméstica leva entre 6 meses e 1 ano a estar pronto.

Factores que interferem na compostagem

a) Seres Vivos: A conversão da matéria orgânica bruta ao estado de matéria humidificada é um processo realizado por bactérias, fungos, minhoscas, etc…


b) Humidade: A presença de água é fundamental para o bom desenvolvimento do processo. No entanto, a escassez ou o excesso de água pode desacelerar a compostagem.


c) Arejamento: A compostagem feita num ambiente aeróbio (presença de oxigénio), além de mais rápida, não produz odores nem atrai moscas ou formigas.
d) Temperatura: O processo da compostagem liberta calor. O metabolismo exotérmico dos microrganismos, durante a fermentação aeróbia, produz um rápido aquecimento da massa.


e) Relação Carbono / Azoto (C/N): Os microrganismos absorvem os elementos carbono e azoto numa proporção ideal. O carbono é a fonte de energia para que o azoto seja assimilado na estrutura.


f) Preparação prévia da matéria-prima: O tamanho das folhas, cascas e outros é muito importante uma vez que interfere directamente no arejamento da massa original. Partículas maiores promovem melhor arejamento, mas o tamanho excessivo é menos adequado à decomposição e o processo será mais lento.


g) Dimensões e formas dos recipientes: Quanto ao comprimento, este pode variar em função da quantidade de materiais, do tamanho do quintal e do método de arejamento. Já a altura do recipiente depende da largura da base. Recipientes muito altos submetem as camadas inferiores aos efeitos da compactação. Por outro lado, se forem muito baixos, perdem calor mais facilmente ou nem aquecem o suficiente para destruir os organismos patogénicos.



EQUIPAMENTOS
Embora existam vários tipos de compostores à venda, um canto do jardim, sem nenhum equipamento, pode servir muito bem e exercer perfeitamente a sua função.



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